.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

15 Anos de Corridas Sem Graça

O dia 1º de maio pode ter um significado ainda mais amplo que a comemoração do Dia do Trabalho. Façamos uma viagem no tempo ao dia 1º de maio de 1994, na Itália. Era domingo e acontecia o Grande Prêmio de San Marino de Fórmula 1, circuito de Ímola.

Após 7 voltas, às 13h40 (horário de Brasília), o alemão Michael Schumacher pilotando sua Benetton, vê a Willians-Renault de número 2 saltar duas vezes e chocar-se violentamente contra o muro na curva Tamburello, a uma velocidade de quase 300 Km/h. Milhões de apreensivos telespectadores espalhados pelo planeta assistiam pela tv via satélite (eu me incluo nesse grupo) o encerramento da carreira de alguém que se tornaria um mito, e que segundo opiniões de pessoas do mundo inteiro, é o maior piloto de todos os tempos: Ayrton Senna da Silva.

O mundo chorava a perda de um campeão, mas muitos brasileiros choravam a perda de um símbolo. Ayrton não era apenas um piloto ético, arrojado, ousado, corajoso e exímio calculista, como seus colegas o classificavam. Era um cidadão brasileiro que empunhava nossa bandeira incondicionalmente e isso nos fazia bem pois elevava a auto-estima. Tínhamos orgulho (ainda o temos) de dizer ao mundo que aquele era um autêntico piloto brasileiro.

O Brasil gerou vários pilotos de Fórmula 1 como Emerson Fittipali, Wilson Fittipaldi Jr., Chico Serra, José Carlos Pace e Nelson Piquet, alguns deles campeões. E o talento de nosso tricampeão Ayrton é hoje comparado aos monstros sagrados da Formula 1, como Juan Manuel Fangio, Jim Clark e Jack Stewart.

Ayrton tinha qualidades que o colocavam acima de outros pilotos: conhecia profundamente a mecânica e eletrônica dos carros, tinha coragem de arriscar tudo em certas manobras, e era extremamente competente para superar dificuldades. Diversos mecânicos e engenheiros que trabalharam com ele ficavam surpresos com a precisão de suas observações após poucas voltas no carro. Basta lembrar de sua entrada nas pistas da Fórmula 1 pilotando a obscura Toleman-Hart número 19 na temporada de 1984 e do que ele fez com o carro, chegando em 2º lugar no GP do Canadá e em 3º lugar nos GPs da Grã-Bretanha e Portugal.

Além de tudo isso, demonstrava ser um homem de bem e preocupado com o próximo, pelas doações que fazia à entidades de apoio à crianças carentes e hospitais, coisa que fazia de forma bastante discreta e longe dos microfones e holofotes que o tratavam apenas como celebridade. Certa vez, durante um evento, ele fez um comentário: “Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar, através da sua educação”.

Desde aquela época, perdi o gosto pelas corridas de Fórmula 1, exceto pelas brincadeiras com meu autorama. Os domingos ficaram, como posso dizer, sem graça e faltando alguma coisa. Ayrton era um genuíno herói brasileiro, e que representava a Maria, o José e tantos outros brasileiros anônimos que tocam esse país para frente, mesmo com toda essa roubalheira que está por aí.

Era gostoso parar na frente da tv aos domingos para ver nosso herói correr, pois a gente sabia que mesmo perdendo a corrida, havia ali uma pessoa que levantava o moral verde-amarelo. Era o Ayrton, o Ayrton Senna do Brasil. Que Deus o abençoe, aonde quer que esteja!!!

Herói
Até a próxima!

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home