15 Anos de Corridas Sem Graça
Após 7 voltas, às 13h40 (horário de Brasília), o alemão Michael Schumacher pilotando sua Benetton, vê a Willians-Renault de número 2 saltar duas vezes e chocar-se violentamente contra o muro na curva Tamburello, a uma velocidade de quase 300 Km/h. Milhões de apreensivos telespectadores espalhados pelo planeta assistiam pela tv via satélite (eu me incluo nesse grupo) o encerramento da carreira de alguém que se tornaria um mito, e que segundo opiniões de pessoas do mundo inteiro, é o maior piloto de todos os tempos: Ayrton Senna da Silva.
O mundo chorava a perda de um campeão, mas muitos brasileiros choravam a perda de um símbolo. Ayrton não era apenas um piloto ético, arrojado, ousado, corajoso e exímio calculista, como seus colegas o classificavam. Era um cidadão brasileiro que empunhava nossa bandeira incondicionalmente e isso nos fazia bem pois elevava a auto-estima. Tínhamos orgulho (ainda o temos) de dizer ao mundo que aquele era um autêntico piloto brasileiro.
Ayrton tinha qualidades que o colocavam acima de outros pilotos: conhecia profundamente a mecânica e eletrônica dos carros, tinha coragem de arriscar tudo em certas manobras, e era extremamente competente para superar dificuldades. Diversos mecânicos e engenheiros que trabalharam com ele ficavam surpresos com a precisão de suas observações após poucas voltas no carro. Basta lembrar de sua entrada nas pistas da Fórmula 1 pilotando a obscura Toleman-Hart número 19 na temporada de 1984 e do que ele fez com o carro, chegando em 2º lugar no GP do Canadá e em 3º lugar nos GPs da Grã-Bretanha e Portugal.
Além de tudo isso, demonstrava ser um homem de bem e preocupado com o próximo, pelas doações que fazia à entidades de apoio à crianças carentes e hospitais, coisa que fazia de forma bastante discreta e longe dos microfones e holofotes que o tratavam apenas como celebridade. Certa vez, durante um evento, ele fez um comentário: “Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar, através da sua educação”.
Era gostoso parar na frente da tv aos domingos para ver nosso herói correr, pois a gente sabia que mesmo perdendo a corrida, havia ali uma pessoa que levantava o moral verde-amarelo. Era o Ayrton, o Ayrton Senna do Brasil. Que Deus o abençoe, aonde quer que esteja!!!
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